Na quinta-feira (23), os senadores republicanos rejeitaram, mais uma vez, um projeto de lei bipartidário voltado para a imigração. A proposta destinava US$ 118,2 bilhões para fortalecer a segurança da fronteira e o sistema de imigração dos EUA, além de fornecer assistência externa a países como Ucrânia, Israel, Gaza e Cisjordânia.
Negociado com a Casa Branca e um trio bipartidário de senadores na esperança de obter amplo apoio, o projeto teria reformado a lei de imigração pela primeira vez em mais de 30 anos, mas recebeu 43 votos a favor e 50 contra.
Pouco depois da votação no Senado, o presidente Joe Biden, num comunicado, disse que os republicanos “colocaram a política partidária à frente da segurança nacional do nosso país”.
“Os republicanos do Congresso não se preocupam em proteger a fronteira ou em consertar o falido sistema de imigração dos Estados Unidos”, disse ele. “Se o fizessem, teriam votado a favor da fiscalização fronteiriça mais dura da história.”
A legislação apresentada em fevereiro contava com o apoio do Conselho Nacional de Patrulha de Fronteiras e da Câmara de Comércio dos EUA e parecia ter grande potencial de ser aprovada. No entanto, o ex-presidente Trump criticou o plano, classificando-o como insuficiente, e pediu que seus aliados no Senado o rejeitassem.
Os senadores republicanos Susan Collins, do Maine, e Mitt Romney, de Utah, que haviam apoiado a medida anteriormente, mudaram seus votos para se opor ao projeto. Lisa Murkowski, do Alasca, foi a única republicana a votar a favor da proposta.
O senador democrata de Nova Jersey, Cory Booker, disse numa declaração na quarta-feira (22) que, embora tenha votado a favor do pacote mais amplo no início de fevereiro – principalmente porque incluía ajuda crítica à Ucrânia – ele não o faria desta vez porque o projeto era muito restritivo.
“Não votarei a favor do projeto de lei que será apresentado ao Senado esta semana porque inclui várias disposições que violarão os valores compartilhados pelos americanos”, disse Booker. “O projeto de lei proposto excluiria as pessoas que fogem da violência e da perseguição de procurarem asilo e, em vez disso, duplicaria as políticas anti-imigração falhadas que encorajam a imigração irregular.”
O projeto de lei recusado continha medidas para tornar mais difícil a busca de asilo, expandir os centros de detenção e acelerar a deportação de imigrantes ilegais. Também criava uma autoridade de emergência que fecharia a fronteira se o número de imigrantes encontrados excedesse uma média de 4.000 por dia em uma semana.
Num comunicado, o presidente da Câmara classificou a votação processual como um “ano eleitoral de Ave Maria” dos democratas e disse que recai sobre o presidente a responsabilidade de “usar a sua autoridade executiva para finalmente garantir a segurança da fronteira e proteger as famílias americanas”.
*Com informações do The Guardian