O U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE) está cogitando a possibilidade de libertar milhares de imigrantes detidos, segundo uma apuração do Washington Post divulgada na quarta-feira (14). A discussão acontece após o Senado não aprovar um projeto de lei bipartidário que poderia resolver um déficit orçamentário de US$ 700 milhões da agência.
Ao Post, quatro funcionários do ICE e do Departamento de Segurança Interna (DHS) revelaram que o fracasso do projeto de lei na semana passada levou os funcionários a considerarem medidas de contenção de custos. Uma delas seria libertando milhares de detidos e reduzindo os níveis de detenção de 38.000 leitos para 22.000.
O Departamento de Segurança Interna tem enfrentado um aumento sem precedentes no número de migrantes na fronteira entre os Estados Unidos e o México. Esse influxo tem esgotado recursos e fundos federais, levando a Casa Branca a solicitar um financiamento de 14 bilhões de dólares especificamente para a segurança da fronteira, como parte de um pedido mais abrangente de financiamento para a segurança nacional. Desse montante, 7,6 bilhões de dólares seriam destinados ao ICE.
O Departamento de Segurança Interna poderia considerar a possibilidade de cobrir o déficit de financiamento do ICE realocando fundos de outras agências, como a Guarda Costeira ou a Administração de Segurança dos Transportes. No entanto, tais medidas são controversas, e os funcionários do ICE afirmaram ao Post que o déficit de 700 milhões de dólares é o maior já previsto pela agência em sua memória recente.
Erin Heeter, porta-voz do DHS, expressou preocupações sobre as consequências da falta de financiamento adequado, alertando para o impacto nas operações de remoção e na capacidade de combater substâncias como o fentanil nos portos de entrada.
A maioria dos indivíduos sob custódia do ICE não são imigrantes detidos em cidades dos EUA por crimes; e sim imigrantes recém-chegados detidos ao longo da fronteira com o México, conforme mostram as estatísticas do ICE. Dos 38.500 detidos que estavam sob custódia do ICE no final de janeiro, 72% foram transferidos pela Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA.
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