Desde que uma lei aprovada em 2023 na Flórida começou a exigir que hospitais perguntem aos pacientes seus status legais, muitos imigrantes têm evitado buscar atendimento médico, temerosos das consequências. Embora a legislação, parte de um pacote de medidas rígidas de imigração do governador Ron DeSantis, permita que os pacientes se recusem a responder à pergunta sem que isso afete o atendimento, o medo entre a população imigrante é palpável.
Funcionários de clínicas e hospitais têm se esforçado para tranquilizar os pacientes, explicando que informações individuais não são repassadas às autoridades. No entanto, para muitos, o receio de expor sua situação imigratória tem falado mais alto.
Em Orlando, uma mulher com fortes dores abdominais resistiu por dias a buscar atendimento em um hospital, temendo a aplicação da nova lei. Somente depois de muita insistência, a mulher decidiu procurar ajuda em um pronto-socorro.
Ao AP News, profissionais de saúde e grupos de apoio a imigrantes na Flórida relatam que, além do medo de buscar atendimento médico, muitos imigrantes estão deixando o estado devido à combinação de restrições à saúde e às novas regras que invalidam algumas carteiras de motorista e dificultam a verificação de emprego.
Cerca de 8% dos pacientes internados e 7% dos atendidos em prontos-socorros entre junho e dezembro de 2023 optaram por não responder à pergunta sobre status imigratório. Menos de 1% dos atendidos admitiram estar no país ilegalmente, sugerindo que o medo de represálias pode estar distorcendo os resultados.
Com a aplicação de uma lei semelhante no Texas, prevista para entrar em vigor em novembro de 2024, o cenário tende a se repetir. Enquanto isso, especialistas em saúde alertam que a falta de atendimento preventivo para imigrantes em situação irregular pode resultar em custos ainda mais altos no futuro, uma vez que doenças não tratadas precocemente tendem a agravar-se e exigir tratamentos mais caros e complexos.
*Com informações da AP News.
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